domingo, 13 de setembro de 2009

Decisão estratégica

Publicado no Jornal do Commércio em 13.09.2009

O presidente Lula e os presidentes da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e da Transpetro, Sérgio Machado, aproveitaram a solenidade de batimento de quilha do primeiro navio Suezmax que está sendo construído em Suape para uma espécie de desabafo contra os todos que não acreditaram no empreendimento. Os que até cunharam a expressão estaleiro virtual. Mas, justiça se faça, salvo o próprio Lula, que bancou a aposta quando tomou a decisão de governo de faze-los no Brasil, para muitos a idéia de construir superpetroleiros foi tão ousada que, naturalmente, pareceu absurda.
E ela ainda o é. E isso só faz engrandecer o projeto do Atlântico Sul como marco social e de engenharia. E mais ainda quando as perspectivas do pré-sal efetivamente abrem oportunidades para novos desafios, como fazer sondas como as que serão licitadas com o objetivo estratégico de serem construídas no Brasil.

Esse talvez seja o diferencial dos que, passados sete anos, receberam a tarefa de reintroduzir a indústria naval na grade brasileira. Mas não dá para reduzir isso a uma simples cobrança de quem acreditou ou não. A indústria naval brasileira está sendo reconstruída porque o Brasil precisa dela, como nação, para se inserir no mercado internacional marítimo como um novo ator de peso. Foi o tamanho da nossa economia que passou a exigir isso como fator de competitividade. Tornou-se necessário dominar o processo como será necessário dominar o de fazer submarino, caça, refinaria e, no futuro, usinas nucleares. Foi muito além da ideia de fazer aqui porque era preciso gerar emprego local.

Economia - JC negócios
Fernando Castilho
castilho@jc.com.br

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