segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Eleger uma mulher

Continuar a revolução, eleger uma mulher
Por Marilene Felinto
marilenefelinto@carosamigos.com.br

Se a mulherada tiver vergonha na cara e um mínimo de autoestima, adquirida após quase um século de batalha feminista pelo reconhecimento da mulher como indivíduo capaz e, em vários aspectos, melhor do que o macho,vai eleger uma fêmea para presidente do Brasil na próxima eleição em 2010. É claro que estou me referindo a eleger Dilma Rousseff, mas o nome poderia ser dona Helena, dona Cremilda, dona Dioraci, dona Carmem, dona Jessy, dona Zaira... qualquer outra mulher tão importante quanto uma professora dessas, figuras-chave para a formação de outras mulheres que tenham conseguido transformar o extraordinário em cotidiano – quer dizer, que tenham conseguido fazer a revolução, conforme ensinava Che Guevara.

O importante é continuar a revolução, seguir transformando o extraordinário em cotidiano, não perder de vista o significado histórico do momento: quando se elegeu e reelegeu para presidente, no maior país do hemisfério sul, um operário nordestino de esquerda contra toda a campanha golpista da classe dominante (Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil); quando se mantém no poder, apesar do golpe, na Venezuela, um representante das classes populares cheio de coragem para enfrentar os oligopólios espoliadores (Chávez); quando se elegeu na Bolívia um indígena, oriundo da maioria historicamente excluída do país (Evo Morales); quando se elegeu, enfim, no país mais racista do mundo, um negro mestiçado chamado Barack Hussein Obama, filho de uma branca norte-americana com um negro africano do Quênia – para citar apenas alguns exemplos da onda de renovação política mundo afora, da era de catarse mundial.

Seria extraordinário eleger uma mulher para próximo governante do Brasil, seria bom para a democracia brasileira, e homenagem (ainda que tardia) às grandes mulheres que se forjaram aqui na militância de esquerda contra a ditadura militar, às grandes mulheres que venderam sua força de trabalho nas fábricas de tecido de Pernambuco (Irene), nos canaviais do interior paulista como bóias-frias (tantas Marias), nas fábricas de suco ou nas cozinhas dos hospitais (minha mãe), nos seringais do Acre (Marina), nas cozinhas-igrejas dos interiores de Minas escrevendo poemas (Adélia), ou atuando, sob o idealismo quase romântico do jornal do interior, em prol do bem de todos, da solidariedade, do amor (Sula – Sueli Duval Gonçalves, que morreu precoce em fins de maio último e deixou vago aqui o cargo que tentamos em vão preencher, doídos de saudade).

Para ler o artigo completo e outras reportagens confira a edição de agosto da revista Caros Amigos, já nas bancas.
www.carosamigos.com.br

Um comentário:

  1. Concordo. Temos que eleger uma mulher. Está mais do que na hora.
    Ricardo, obrigada pelo jornal. Vou trabalhar mais em meu livro e, quem sabe, me inscrever em um concurso.

    Beijos.

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